segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quando temos medo o coração deixa de bater

José Luís Peixoto escreveu sobre um local fechado nas sombras de um governo presente em todos os quadros, diante de todos os olhares, em todas as palavras de supremacia. 
Na Coreia do Norte habitam pessoas que eu não conheço. Na Coreia do Norte existe uma realidade que me é estranhamente distante. 

Em Portugal existe uma sociedade extraordinária que sobrevive heroicamente, mas não somos os mitos de Pessoa ou os heróis de Camões. Somos vivos e resistentes da ditadura castradora e dura pré 25 de Abril e não é pouco. Nem é muito. Somos muito do que queremos. 

Conta o director do "Expresso" que se não fosse o célebre dia de 1974, este jornal instituído não existiria; incansável foi a luta dos jornalistas. Escreveram, escreveram para, logo de seguida, com critério pérfido, aleatório e singular (calar) ser cortado "de cima a baixo". 
"Dentro do Segredo" de JLP e o livro "O que a censura cortou" do Expresso ensinaram-me o que é não ter medo. 

Não ter medo de falar, de ler o que quero, de não precisar de esconder. E nada há de heróico nisto. É estar viva e sentir o coração, quando se tem medo ele deixa de existir. Deixa de bater quando nos prendem. Quanto mais nos prenderem, mais somos cinzentos, oprimidaMente iletrados.



"Se estas a ler estas palavras é porque estás vivo" (Jose Luis Peixoto, 2012)

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