Na Coreia do Norte habitam pessoas que eu não conheço. Na Coreia do Norte existe uma realidade que me é estranhamente distante.
Em Portugal existe uma sociedade extraordinária que sobrevive heroicamente, mas não somos os mitos de Pessoa ou os heróis de Camões. Somos vivos e resistentes da ditadura castradora e dura pré 25 de Abril e não é pouco. Nem é muito. Somos muito do que queremos.
Conta o director do "Expresso" que se não fosse o célebre dia de 1974, este jornal instituído não existiria; incansável foi a luta dos jornalistas. Escreveram, escreveram para, logo de seguida, com critério pérfido, aleatório e singular (calar) ser cortado "de cima a baixo".
"Dentro do Segredo" de JLP e o livro "O que a censura cortou" do Expresso ensinaram-me o que é não ter medo.
Não ter medo de falar, de ler o que quero, de não precisar de esconder. E nada há de heróico nisto. É estar viva e sentir o coração, quando se tem medo ele deixa de existir. Deixa de bater quando nos prendem. Quanto mais nos prenderem, mais somos cinzentos, oprimidaMente iletrados.
"Se estas a ler estas palavras é porque estás vivo" (Jose Luis Peixoto, 2012)
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